História

Nossa História

Decorria o ano de 1697, o Governador da Província do Grão-Pará e Maranhão, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, no intuito de conhecer os problemas da região amazônica, ao passar em frente onde hoje está localizada a cidade de Óbidos, local este conhecido pelos navegantes da época como Estreito, verificou ser ideal para a construção de uma fortaleza, que certamente garantiria juntamente com as demais fortificações já construídas, o domínio português na região.

Ao verificar a importância estratégica de uma fortificação no Estreito, em uma correspondência datada do dia 26 de julho de 1697, solicitou ao rei de Portugal, Dom Pedro II, a autorização para a suspensão da fortificação de Acaqui, e sua construção no Estreito. Tal solicitação foi levado a conhecimento do Conselho Ultramarino e aprovada no dia 14 de setembro do mesmo ano.

No dia 12 de dezembro, o Rei Dom Pedro II autorizou a construção da fortaleza, sob a responsabilidade do feitor das construções, Manoel da Mota Siqueira. Segundo Lima, (2003, pg. 80), “Em 1698, Manoel da Mota Siqueira construiu, à margem esquerda do Amazonas, um forte que tomou a denominação de Pauxis, nome da nação de índios que habitavam na região.”

No dia 25 de março de 1758, o então Governador da Província do Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, unindo a população de duas aldeias a aldeia dos Pauxis, elevou está a condição de Vila, com o nome de Óbidos, em homenagem a Vila portuguesa de Óbidos. A economia da Vila sempre teve como base a agricultura, o extrativismo animal, vegetal e a pecuária. Sua emancipação política como município autônomo, só veio a ocorrer no dia 02 de outubro de 1854, quando o Governador da Província do Grão-Pará, Sebastião do Rego Barros, através da Resolução número 252, elevou as Vilas de Bragança, Vigia e Óbidos a categoria de cidades.

Pôr do Sol na região ribeirinha de Óbidos.

A cidade de Óbidos tem uma história rica e culturalmente linda, seus filhos preservam e detém um amor incondicional por ela. Vamos voltar ao passado e rever alguns dos fatos acontecidos naquela distante década do século XIX, quando Óbidos foi elevada à categoria de Cidade…

02 de outubro de 1854 a então vila de Óbidos era elevada à condição de Cidade através da Lei Provincial Nº 252, assinada pelo Presidente da Província do Pará: Sebastião do Rego Barros.

09 de janeiro de 1853 – Toca o porto de Óbidos, por volta das 9h30 da manhã, o vapor “Marajó”, em sua navegação comercial entre a capital do Grão-Pará e a cidade de Barra do Rio Negro (Manaus), capital da Província do Amazonas.

28 de dezembro 1853 – Nasce, em Óbidos, Herculano Marcos Inglês de Sousa, filho do Dr. Marcos A. R. de Sousa e de dona Henriqueta Inglês de Sousa.

24 de janeiro de 1854 – Através de um “Aviso Reservado”, o governo imperial autoriza a reconstrução da Fortaleza Pauxis, com um novo projeto de construção apresentado pelo major Marcos Pereira Salles.

17 de julho de 1854 – É oficialmente instalada a Colônia Militar de Óbidos, com a vinda de colonos portugueses que se instalaram pouco acima da sede municipal, junto à foz do rio Trombetas.

Panorâmica de Óbidos, na imagem: Serra da Escama, Laguinho Pauxis e parte da área urbana.

Neste ano de 1854 – É criado o Gabinete de Leitura Obidense, considerada a primeira Biblioteca Pública de Óbidos, que possuía um acervo de 1.300 livros e mantinha um pequeno teatro onde se apresentavam os atores amadores locais.

25 de julho de 1855 – Como fruto de uma promessa da população local é dado inicio a construção da capela do “Bom Jesus” em Óbidos.

31 de outubro de 1855 – Os dados oficiais até esta data, indicam que 419 pessoas foram atacadas pelo “colera morbus”, tendo vindo a óbito 122 pessoas. A epidemia de cólera chegou até Óbidos através dos colonos que vieram a bordo da galera portuguesa “Defensor”, destinados à recém-criada Colônia Militar.

08 de abril de 1857 – Nasce na cidade de Óbidos, PA, José Veríssimo Dias de Matos. Era filho do Capitão José Veríssimo de Matos e de dona Ana Flora Dias de Matos. Professor e Crítico Literário, membro fundador da Academia Brasileira de Letras e também pertencia ao quadro de sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB.

Antigo Quartel Militar. Atual Palácio José Veríssimo (onde funciona a Sec. Mun. de Cultura). Casa de Cultura.

23 de junho de 1859 – Chega à Óbidos o médico e explorador alemão de nome Robert Avé-Lallemant. De sua viagem, que fora recomendada pelo Barão de Mauá, a bordo do Vapor “Marajó” escreveu uma interessante descrição sobre a terra obidense fazendo atendimentos médicos na população local.

10 de setembro de 1859 – É nomeado o novo Diretor da Colônia Militar de Óbidos, o capitão de mar e guerra Lourenço da Silva Araújo Amazonas, que substituiu o capitão de mar e guerra Pedro da Cunha, que havia pedido demissão do dito cargo.

Neste ano de 1859 – É registrada uma das maiores cheias do rio Amazonas. Segundo Ferreira Pena, Óbidos sofreu muito com esta grande cheia. Criadores de gado que antes possuíam de 3 a 5 mil cabeças de bovinos ficaram com o rebanho reduzido de 100 a 300 cabeças depois desta grande cheia.


FORTE PAUXIS: UM MARCO DA SOBERANIA PORTUGUESA NA REGIÃO

Forte Pauxis – Óbidos. Foto: João Canto

O primeiro Forte Pauxis foi construído por Manoel da Mota Siqueira, no final do século XVII por determinação do Governador da Província, Capitão-General Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho e tinha como principais objetivos: Combater os piratas franceses, ingleses e holandeses que por aqui passavam e busca de mãos de obra indígena, assim como das chamadas “Drogas do Sertão”.

O forte foi construído sobre uma alta ribanceira, à margem esquerda do Rio Amazonas e equipado com quatro pequenos cachões que passaram a representar a soberania portuguesa na região. A construção do forte não levou em consideração o padrão das construções que foram realizadas pelos portugueses no mesmo período, em outras regiões da Amazônia. Não primou pela qualidade, devido à precariedade do material utilizado na construção. De início, feito com o material que a região possuía, provavelmente, palha e barro, usando as técnicas  habituais das construções da época, a taipa de pilão, tendo como mão de obra os índios das tribos. Pauxis, Baré, Kaxuyana, Mundurucus, Maués, Mepurkis, Arapiuns, Conduris e outros, que vivam na região. Segundo Reis (1979), no ano de 1749 já necessitava de reparos e em 1762, já era deplorável o estado de conservação.

No ano de 1851, o Major Marcos Pereira de Sales apresentou ao governo imperial um projeto de reconstrução do forte, ressaltando sua importância na defesa da região.

Aceitando as sugestões e observações do Major Sales, o governo imperial ordenou a reconstrução, ficando o próprio Major Sales encarregado das obras que tiveram início no ano de 1852 (Reis, 1979).

Cidade de Óbidos, Pará, no coração da Amazônia.

Assim, o Forte Pauxis tornou-se um dos marcos históricos do domínio português na Amazônia e foi fundamental na evolução do Município. Reuniram em seu redor, grandes prédios e um grande fluxo de pessoas, embarcações, navios, regatões, armazéns comerciais, etc., iniciando assim, a formação urbana da cidade de Óbidos.

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